As consequências do crime ambiental atingem não apenas os estudantes, mas até a histórica entidade que luta pelos direitos dos professores e trabalhadores da educação. Foi na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), situada na Avenida Cícero de Góes Toledo, no Mutange, que a entidade se juntou à mobilização nacional para o reconhecimento dos funcionários de escola como educadores, por meio da lei 12.014/2009, e que a categoria aderiu à luta para a implantação do Piso Salarial Profissional Nacional para o magistério, com a lei 11.738/2008.
Hoje, todos esses marcos permanecem apenas registrados em fotos e vídeos dos arquivos da organização que agora está em novo prédio, como explica a presidente do Sinteal, Consuelo Correia.
“Nós acreditávamos que o dano não chegaria lá, até que recebemos o aviso, em meio à pandemia, de que em duas semanas precisaríamos encaixotar tudo e abandonar nossa sede. A indenização foi paga depois de muita luta e de muitas idas e vindas. A gente perder um local, palco de muitas lutas, não é qualquer coisa, sabe? Lá nós construímos a nossa história”, relembra Correia.
Para a sindicalista, é como se um pedaço não apenas da trajetória do Sinteal como do próprio movimento sindical alagoano ficasse para trás.
“Nós recuperamos aquele prédio, que foi tombado e construímos um novo, em anexo. Ambos não tinham só o valor patrimonial, eles tinham um valor histórico muito forte para nós. No início, nós fazíamos nossas assembleias naquele gramado, naquela sacada do prédio, então aquele lugar é de um valor sentimental muito grande para todos. Naquele prédio ficou um pedaço de cada uma de nós que construímos e levantamos todos aquele patrimônio, a partir daquela semente”, defende a presidente do Sindicato.