No Litoral Norte de Maceió, está localizado o único bairro da capital a não apresentar mortes por Covid-19. Com 144 quadros confirmados e 0 óbito, o bairro de Pescaria foi o único a não registrar mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
O bairro possui cerca de 3.418 habitantes, segundo informações do Alagoas em Dados, e tem se mostrado um ponto fora da curva quando se comparado com os outros locais da capital. Maceió teve 113.771 infecções pelo vírus com 2.974 óbitos confirmados.
Em número absolutos, dentre os 50 bairros do município, a Cidade Universitária ocupa o primeiro lugar com 227 mortes, seguida pelo Benedito Bentes com 219 e pelo Jacintinho com 203, revelam os dados do Painel Covid-19, mantido pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag-AL).
A 7 dias de completar dois anos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia de Covid-19, o Brasil chegou a 28.849.276 contágios confirmados de coronavírus, com 650.306 mortes. Dentro desse cenário, Alagoas ocupa o último lugar na escala de estados que apresentaram maior número de óbitos causado pela doença no país, com 292.476 casos e 6.704 vidas perdidas.
Qual seria o motivo por trás dos não registros de mortes pelo vírus no bairro?
Em conversa com o infectologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Renee Oliveira, sobre a incidência do coronavírus nessa região, o médico explicou que estaria descartada a possibilidade de uma subnotificação do Painel Covid-19 no começo da pandemia, dado que a área vizinha, Ipioca, teve um número expressivo de óbitos (21), quando se comparado com Pescaria, e todos foram registrados.
“Não tem como. Digo isso porque cada morte é notificada com o motivo do óbito e o endereço, aí não tem como escapar. Se for covid, vai ser “Covid e o endereço”. A subnotificação vai existir com os casos de doença e só. Mas de morte, não, é um dado já fechado”, ressaltou Renee.
Ainda de acordo com o especialista, o baixo número de contágios e nenhuma morte registrada podem ser explicados por um conjunto de fatores da própria localidade e dos moradores que lá vivem.
“O que tem que ver são os óbitos que, principalmente no começo, tinha uma relação com situações de gravidade que fazia com que a pessoa a ter um caso de Covid. Seriam os idosos e aqueles que possuem comorbidades – hipertensos, diabéticos, pacientes oncológicos, pacientes com imunodeficiência. Precisa entender qual a cobertura da saúde da família nesta região, se houve uma interferência positiva em relação a isso e quais pessoas estão em uma faixa etária mais elevada, são mais velhos. As justificativas são essas”, explica Oliveira.
A reportagem do Olhos Jornalismo entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para obter mais informações sobre os motivos da subnotificação no Painel Covid-19, uma vez que há 217 mortes sem a localização exata do bairro. Em resposta, o setor informou que – por se tratar da capital alagoana – essa era uma responsabilidade da Vigilância Epidemiológica de Maceió. A reportagem procurou, então, a Secretaria Municipal de Saúde – por meio de sua assessoria de imprensa – mas até o fechamento da matéria o órgão não respondeu.
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