Confira um trecho do manifesto:
“Ao passo que reconhecemos o valor regimental do diretório, acreditamos, por outro lado, que a legitimidade na política se consolida pelo diálogo e pela democracia interna. Acreditamos que antes de construir uma unidade entre os partidos, é fundamental o estímulo ao debate fraterno e aberto. Nós tentamos por diversas vezes propor e construir espaços internos no PSOL onde o conjunto da militância tivesse a oportunidade de discutir ampla e democraticamente um projeto e programa, o que sempre foi evitado e recusado pela atual direção do partido. Foi assim na reunião do dia 16 de julho entre os pré-candidatos e a militância, cancelada sem justificativa pela direção, e está sendo agora na reunião proposta pelos ativistas e filiados e marcada para hoje (25/07), também cancelada pela direção, sem qualquer justificativa.
O PSOL foi fundado para avançar na experiência organizativa no país. Isso impõe para nossos militantes a paciência de uma construção fraterna e coletiva, em que as diferenças sejam colocadas no campo da política e na qual situações como essa não ocorram. Precisamos apresentar ao conjunto da sociedade alagoana um PSOL que seja o partido que acomoda as mulheres, as negras e negros, as lgbtqi+, a juventude e os trabalhadores. Isso só será possível com a mais ampla construção democrática.
Exigimos uma plenária aberta do partido, para que possamos ouvir as variedades dos debates. Os que aqui assinam são militantes com história no movimento operário, anti-racista, feminista, do campo, estudantil e da classe trabalhadora. Construímos o PSOL no cotidiano e na luta, queremos o direito de decidir os rumos do partido. Queremos um PSOL democrático.”
Assinam o documento:
Geysson Santos – Pré-candidato a vereador pelo Mandato Coletivo de Negros e Negras;
Isabela Barbosa – Pré-candidata a vereadora pelo Mandato Coletivo de Negros e Negras; Jeamerson santos – Pré-candidato a vereador pelo Mandato Coletivo de Negros e Negras;
Risonilda Costa da Silva – Pré-candidata a vereadora;
Lu Araújo – Pré-candidata a vereadora Maceió;
Maria do Ó Silva Pereira;
Cerize Alves de França;
Roselma Santos de Souza;
Girlene Leonardo Lopes;
Marcus Swell Brandão Menezes;
Márcio José de Oliveira;
Maria Cicera dos Santos;
Sérgio Santos;
Saulo Theotônio;
Felipe Sales (Bata);
Renata Cavalcanti;
Genildo Nóbrega;
Guilherme Barbosa;
Josian Paulino;
Fabiana Guimarães Xavier;
Rafael Arley.
O que diz o diretório do PSOL-Maceió
Por meio de nota, a direção municipal do PSOL-Maceió informou que até o momento não houve nenhum debate sobre o fundo eleitoral e que foi deliberado apenas a necessidade de ter uma política voltada para as candidaturas negras e indígenas na capital do Estado.
No tocante a aliança com o PT para o pleito municipal, o diretório afirmou que os debates surgiram com o próprio partido. Além de pontuar que é natural a militância não concordar com todos os encaminhamentos.
Leia um trecho do pronunciamento:
“Desde as últimas eleições somos um dos partidos que apresentou o maior número de candidaturas negras e queremos tornar uma política constante do partido. Reconhecemos a discussão sobre a cota racial de 30% do fundo eleitoral para candidatas e candidatos negros e indígenas para as eleições de novembro deste ano, e mantemos nossa posição de que este debate é um avanço no debate racial nas fileiras do partido e deveremos deliberar na primeira reunião que discuta o fundo eleitoral.
O diretório decidiu na semana passada escolher Basile Christopoulos como pré-candidato à disputa da cidade, o que está mantido. Após isso ficou autorizado pelo diretório a busca por alianças com outros partidos, e por fim ampliar esse bloco com os demais partidos de esquerda que também compreendam que essa é a melhor maneira de derrotar o fascismo.”