Segue abaixo três poemas de Lucas Lins
Poesia pra Matar o Corona #7
não vai ter bolo
surpresa
abraço
presente
apenas
parabéns
assim distante
assim virtual
assim frio
como recomendam as orientações de segurança.
Poesia pra Matar o Corona #16
casa lotérica
hipermercado extra
pessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoaspessoas
poluição
polui trânsito
BUZINA
vacina
pixo
panela
globo
lixo
impeachment
china
itália
trump
frança
londres
tosse
espirro
medo
morte
e
co
no
mia
Poesia pra Matar o Corona #21
aquele texto da Clarice é o seu favorito
-Por não estarem distraídos-
sua voz empolgava
criava teses
teorias
acadêmicas e artísticas
do quanto era importante
visceral
fulminante que todos lessem aquele texto
a vida seria mais azul
lilás
ou das setenta e duas cores da caixinha faber castell
tamanha importância histórica
universal
capaz de fazer o fmi repartir o pão
e o presidente do Brasil calar a boca
o estado de são paulo lidera a contagem de mortos
e a quantidade de suspeitos
já li dois livros em quinze dias
escrevo para poupar os ouvidos
e o que os espelhos dizem sobre mim
quando a mente divaga é criativa
entendi a razão da sua empolgação
Sobre o escritor:
Reside na Cidade de Tiradentes, periferia da zona leste de São Paulo, e começou a escrever a partir do 2°ano do ensino médio quando conheceu o movimento de saraus na escola pública. O jovem é autor de duas publicações independentes, “Remando Contra a Maré” (2016) e “Declínio & Esplendor da Bicicleta” (2018). Concluiu recentemente o curso de criação literária do autor Marcelino Freire, Além disso, o poeta foi Residente Literário da FLIM – Festa Literomusical do Parque Vicentina Aranha, que aconteceu em São José dos Campos, em 2019, onde realizou a abertura da mesa do autor moçambicano Mia Couto.